Nas últimas semanas, três temas dominaram redes sociais, portais de notícias e conversas informais: o boom do morango do amor, o tarifaço de Donald Trump contra o Brasil e as falas de Lula sobre soberania nacional. Em um primeiro olhar, parece que não há qualquer ligação entre essas pautas. Mas existe um fio invisível que conecta todas elas: intencionalidade comunicativa.
Morango do Amor: um viral com endereço certo
Em julho de 2025, vídeos e fotos do morango do amor explodiram no TikTok, Instagram e Google Trends. A hashtag #MorangoDoAmor foi usada mais de 14 mil vezes em poucos dias. Segundo dados da CNN Brasil, os pedidos pelo doce no iFood saltaram de 11 mil em junho para cerca de 275 mil em julho, um crescimento de 2.300%. Outras fontes, como a Exame, indicam uma alta ainda maior: 2.490%.
Influenciadoras como Claudia Leitte, Giovanna Antonelli e Ana Paula Siebert aderiram de forma espontânea à tendência, gerando marketing gratuito de altíssimo impacto.
Quem está por trás disso? Uma associação de produtores? Uma grande confeitaria? Não há confirmação definitiva. Mas uma coisa é certa: a intenção não era simplesmente “fazer posts fofinhos” — era vender. E deu muito certo.
Trump e o tarifaço: o poder fala alto
Doce não foi o clima quando Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, medida que teve o apoio público de membros do clã Bolsonaro. Seria essa uma questão puramente econômica? Ou uma demonstração de força no cenário geopolítico?
Comunicação, nesse caso, também é estratégia. Trump envia um recado direto: os Estados Unidos ditam as regras. O discurso da tarifa pode ter menos a ver com o produto em si, e mais com a negociação de outros interesses, como política internacional, acordos com Big Techs ou influência sobre governos parceiros.
A intenção não declarada, mas perceptível, é reforçar poder. E nesse jogo, as palavras são armas e as manchetes, trincheiras.
Lula e a soberania: discurso com alvo definido
A resposta de Lula às tarifas foi imediata. Seu discurso focou em defender a soberania brasileira, evocando elementos fortes de identidade nacional. Mas, estrategicamente, o que ele fez foi mudar o foco: da economia para o embate ideológico.
Em uma só fala, transformou um impasse comercial em uma guerra narrativa entre “traidores da pátria” e “defensores do povo”.
Não se trata aqui de julgar certo ou errado, mas de entender o movimento. O discurso serve para consolidar apoio, criar polarização e se posicionar como defensor do Brasil diante das ameaças externas. Em pleno 2025, com as eleições de 2026 no horizonte, intenção e discurso caminham juntos.
O ponto central: toda comunicação carrega uma intenção
Por trás de cada fala, cada gesto e cada campanha existe uma intenção clara. Vender mais. Aumentar autoridade. Ganhar apoio. Negociar vantagem. Gerar impacto. Seja com morangos açucarados, decisões políticas ou discursos presidenciais, ninguém comunica por acaso.
Quem fala de qualquer jeito, tem qualquer resultado. Quem fala com intenção, constrói presença, influencia decisões e move pessoas.
Por isso, a pergunta que vale ouro é: qual a sua intenção quando você se comunica? É vender? Informar? Inspirar? Convencer? Criar autoridade? Gerar movimento?
Quando essa resposta está clara, você escolhe os melhores argumentos. Ajusta o tom. Decide onde pisar e onde não pisar. A comunicação deixa de ser um ato impulsivo e passa a ser uma estratégia calculada.
E por falar em intenção, a nossa é saber a sua opinião sobre tudo isso. Como você enxerga a intencionalidade por trás desses discursos e movimentos? Deixe seu comentário aqui. Vamos continuar essa conversa.
Fontes: CNN Brasil, Diário do Sudoeste, Exame, Wikipedia, Times Brasil (licenciado da CNBC)