Ansiedade e Comunicação: o inimigo invisível que sabota sua presença e seu potencial

Ao longo dos meus 10 anos como professor de oratória e comunicação, venho observando uma mudança interessante no comportamento comunicativo das pessoas. Em 2015, as maiores dores giravam em torno de como se apresentar melhor em processos seletivos, como participar de reuniões de forma mais segura, como desenvolver postura diante de lideranças. Era tudo voltado para o mundo offline, principalmente o empresarial.

No pós-pandemia, o cenário mudou drasticamente. Hoje, a maioria das pessoas que nos procuram querem aprender a se comunicar bem em vídeos, em redes sociais, em reuniões online, diante das câmeras. A principal mudança foi o canal. Mas a dor de fundo continua a mesma: a ansiedade.

A ansiedade tem um efeito brutal na performance comunicativa. Ela distorce a autopercepção, fragiliza a confiança e compromete a clareza de pensamento. E, ao contrário do que muitos pensam, isso acontece também com pessoas extremamente preparadas.

Lembro de uma aluna, que vou chamar aqui de Filomena (nome fictício). Advogada, 24 anos, muito elegante, com uma postura firme, que surpreendia para a idade. Mas que se enxergava como uma impostora. Eu perguntei por que ela se sentia assim. E a resposta veio com a honestidade de quem está no limite:

“Sei tudo que vou falar, estudo muito, mas só de pensar em como vai ser o momento da reunião, sinto um grau de ansiedade terrível. Aquilo tira todas as minhas energias. Quando termina, sinto que falei nada com nada. A frustração vem como uma carreta sem freio.”

Filomena representa muitos. Gente que pensa demais no futuro, e se esquece de viver o presente. Gente que, sem perceber, usa o amanhã para sugar o que tem de mais valioso hoje: a confiança.

E isso precisa ser enfrentado.

O que a ciência diz sobre a ansiedade

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo. São mais de 19 milhões de brasileiros diagnosticados com transtornos de ansiedade. A ansiedade patológica pode comprometer relações, carreira, saúde e vida.

Um estudo publicado pela Harvard Business Review apontou que a ansiedade impacta diretamente na performance de profissionais em cargos de liderança e em ambientes de alta exposição, gerando bloqueios mentais, lapsos de memória e falhas de articulação. Quando não tratada, ela também pode evoluir para quadros de depressão e síndrome de burnout.

Quando é hora de buscar ajuda profissional?

Se a ansiedade está presente de forma intensa, constante, gerando sofrimento emocional, insônia, dores físicas ou impedindo o desempenho profissional e pessoal, é hora de buscar um médico psiquiatra. O tratamento pode envolver psicoterapia, técnicas de regulação emocional e, em alguns casos, medicação. A boa notícia é que há tratamento. E funciona.

10 dicas profundas para controlar a ansiedade na comunicação

1. Respire como quem quer estar presente Técnicas de respiração diafragmática ajudam a ativar o sistema nervoso parassimpático, reduzindo a resposta de estresse.
2. Ensaie com o corpo, não só com a cabeça A mente ansiosa ensaia em silêncio. A mente confiante ensaia com voz, gesto e movimento. Ensaiar de verdade é criar memória muscular.
3. Fale com o espelho, mas se escute de verdade Grave vídeos, reveja e analise com olhar técnico, não com autocrítica. A percepção muda quando você se vê como comunicador.
4. Alinhe expectativa com realidade Nem toda apresentação será épica. E tudo bem. Ansiedade nasce quando colocamos peso demais no que ainda nem aconteceu.
5. Se alimente bem e durma como prioridade Corpo cansado gera mente agitada. Sono de qualidade e alimentação equilibrada reduzem a irritabilidade e o pensamento acelerado.
6. Traga o corpo para o presente Técnicas de grounding, como sentir o chão com os pés ou tocar os dedos uns nos outros, ajudam a reconectar com o agora.
7. Não fuja do desconforto Evitar falar em público alimenta o medo. A exposição gradual e constante é a chave para dissolver o pavor.
8. Cuide da fala interna O que você diz para si mesmo antes de uma fala tem mais poder do que o que você diz para o público. Treine seu pensamento.
9. Desacelere os 5 minutos antes Evite conversas difíceis, redes sociais ou preocupações nos minutos que antecedem sua fala. Preserve sua energia.
10. Aprenda técnica com quem entende do assunto A confiança não nasce do nada. Ela é construída com método, prática, acolhimento e estratégia. Invista em capacitação.

Agora é com você

A ansiedade não precisa ser sua prisão. Ela pode ser seu sinal de que algo importante está prestes a acontecer. E, com técnica, ela pode ser transformada em energia criativa.

Aqui na nossa escola, a Tagarela, já ajudamos milhares de pessoas que enfrentavam exatamente o que você pode estar vivendo agora. Sabemos como guiar esse processo. Sabemos como fortalecer sua confiança de dentro para fora. E queremos fazer isso com você.

Se você sente que já passou da hora de controlar essa ansiedade e colocar sua comunicação no eixo, vem conversar com a gente.

A sua voz merece ser ouvida. E mais do que isso: merece ser sentida com presença, clareza e potência.

E você, já sentiu que a ansiedade te calou quando mais precisava da sua voz? Compartilha aqui comigo. Vamos conversar.